As Big Techs em Aliança com Trump: Um Sério Perigo para a Democracia Global
2025-01-12
Autor: Gabriel
Em vez de armas tradicionais, como canhões e aviões de combate, o novo arsenal bélico que ameaça a civilização é invisível, silencioso e responde pelo nome de algoritmos. Esses instrumentos malignos capturam a atenção e os corações das pessoas ao redor do mundo, disseminando fake news e injetando bilhões nos cofres das grandes empresas de tecnologia que servem à ambição desmedida de Trump e seus aliados virtuais.
Se eles alcançarem seus objetivos, estaremos diante de um futuro sombrio que já começa a se desenhar. O mundo que conhecíamos até o final do último ano pode se tornar um lugar repleto de perigos, dominado por regimes de extrema direita sem qualquer tipo de moderação entre capital e trabalho, desprezando direitos fundamentais e em retrocesso democrático.
Surpreendentemente, antes mesmo da posse de Trump, Elon Musk já demonstrava seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), um partido envolto em polêmicas e acusado de promover ideais neonazistas. Musk também atacou abertamente o governo trabalhista britânico, chamando-o de "ditadura" e exacerbações retóricas semelhantes.
Mark Zuckerberg, por sua vez, não ficou atrás. Ele liberou um verdadeiro carnaval de fake news e teorias conspiratórias em suas plataformas do Facebook e Instagram, eliminando qualquer tentativa de checagem de informações enquanto denunciava supostas "censuras" na Europa e "tribunais secretos" na América Latina, que buscam regular as atividades das big techs.
Esses dois titãs da tecnologia parecem querer liberdade total para promover uma guerra política e cultural em escala planetária, tudo isso com o objetivo de aumentar seus lucros, ignorando as legislações nacionais e ameaçando a soberania de vários países.
Aqui no Brasil, o governo do presidente Lula está em alerta e convocou uma reunião ministerial para discutir como reagir à ofensiva da Meta de Zuckerberg. O advogado-geral da União, Jorge Messias, liderará um grupo interministerial focado em identificar medidas a serem adotadas para conter o que muitos já chamam de clima de "terra de ninguém" que impera nas redes sociais atualmente.
Messias deu um prazo de 72 horas para que a Meta explique as mudanças recentes anunciadas por Zuckerberg que se aplicam ao Brasil. O governo também planeja pressionar o Congresso para reavivar o polêmico Projeto de Lei das Fake News, que ficou engavetado por mais de cinco anos devido ao lobby poderoso das big techs e à oposição bolsonarista.
Até o momento, a resposta do Congresso tem sido tímida. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, já se manifestou, com diversos ministros expressando preocupação em relação às mudanças implementadas pela Meta em suas plataformas, o clinch que se tornou um ponto crítico das discussões. O STF parece estar liderando o caminho para a regulamentação dessas empresas diante da inércia do legislativo.
Mark Zuckerberg também enfrentou a fúria do tribunal brasileiro quando se referiu a decisões secretas após Alexandre de Moraes forçá-lo a nomear um representante no Brasil, depois que suas atividades foram suspensas.
Contudo, a luta contra o poder das big techs não pode ser uma tarefa restrita ao Judiciário e ao Executivo. A sociedade civil deve se envolver ativamente, pois a questão afeta todos os brasileiros que estão conectados às redes sociais. Este é um momento crucial, um desafio tão substancial que deve unir as democracias mundiais em um esforço coletivo para conter o ataque cibernético sem precedentes que ameaça a liberdade eleitoral e a própria essência democrática.
Se não agirmos agora, mais cedo ou mais tarde, as eleições livres poderão deixar de existir, dominadas pela ambição desmedida de quem quer se tornar o verdadeiro proprietário do mundo, utilizando algoritmos e dinheiro como suas ferramentas de controle.
Uma distopia que Carlitos talvez nunca tenha imaginado, mas que, se nada for feito, pode muito bem se tornar nossa realidade.
O futuro da democracia depende das ações de cada um de nós.