
Apostadores movimentam até R$ 30 bilhões por mês em sites de apostas, revela Banco Central
2025-04-08
Autor: Maria
Em uma recente análise técnica divulgada em setembro do ano passado, o Banco Central do Brasil (BC) revelou que beneficiários do programa Bolsa Família transferiram impressionantes R$ 3 bilhões via Pix para empresas de apostas virtuais somente em agosto de 2024. Essa movimentação financeira levantou preocupações quanto aos impactos na economia, na estabilidade financeira e no bem-estar da população.
Lucca Galípolo, secretário-executivo do BC, esclareceu que entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões são continuamente transferidos mensalmente para sites de apostas, com uma parte desse valor sendo devolvida aos apostadores. Inicialmente, a análise indicava que 85% das apostas retornavam aos jogadores, mas após diálogos com o Ministério da Fazenda e a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), estimativas mais precisas sugeriram que esse percentual poderia estar entre 93% e 94%.
De acordo com Galípolo, o fluxo financeiro médio mensal para esses sites variou entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, confirmando as previsões do final do ano anterior. Em janeiro, com a regulamentação do setor, as instituições começaram a utilizar contas específicas e identificações de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o que trouxe maior clareza e dados concretos sobre o mercado.
Ele também alertou que os bancos com os quais o BC mantém diálogo já reconhecem um aumento do risco de inadimplência entre apostadores. Isso significa que pessoas que costumam fazer apostas estão pagando um custo mais elevado ao tentar obter empréstimos, o que pode agravar sua situação financeira.
Galípolo enfatizou a importância de preservar o Pix como uma infraestrutura digital pública e a necessidade de manter a confiança da população nesse sistema, especialmente no que se refere à proteção de dados. O presidente do BC garantiu que as transações realizadas por meio do Pix estão protegidas pelo sigilo bancário, um fator crucial em tempos de crescente digitalização e vulnerabilidade cibernética.
Essa situação despertou um intenso debate sobre a regulamentação das apostas online no Brasil e como o governo pode e deve intervir para proteger os consumidores e a estabilidade econômica.