
Anomalia magnética da Terra: O que você precisa saber sobre os riscos para a tecnologia espacial!
2025-04-01
Autor: Julia
Uma vasta região de baixa intensidade magnética, conhecida como Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), está gerando preocupação entre os cientistas da NASA. Esta zona enfraquecida no campo magnético da Terra se estende desde a América do Sul – incluindo partes do Brasil – até o sudoeste da África. O que a torna particularmente alarmante é a sua influência sobre satélites e espaçonaves que operam em órbita.
Embora a AMAS não tenha impacto direto na vida cotidiana das pessoas, suas consequências são significativas no espaço. Satélites que cruzam essa região ficam vulneráveis a radiações solares intensas. Um exemplo é a Estação Espacial Internacional (ISS), que atravessa a AMAS regularmente, exigindo que tomem medidas de precaução para salvaguardar seus sistemas vitais.
Quando um satélite entra nessa área, ele pode ser golpeado por partículas carregadas de alta energia originadas do Sol. Isso pode resultar em falhas temporárias, perda de dados ou até danificar permanentemente os equipamentos. Para minimizar esses riscos, operadores de satélites geralmente desativam sistemas sensíveis antes da travessia.
Apesar das ameaças, a AMAS também oferece uma oportunidade única para os cientistas estudarem o campo magnético da Terra. Segundo Terry Sabaka, geofísico do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, o campo magnético da Terra resulta da interação de várias fontes e apresenta variações ao longo do tempo.
Pesquisadores sugerem que a anomalia pode estar relacionada ao movimento do ferro líquido situado no núcleo externo da Terra, que gera correntes elétricas e molda o campo magnético, mas de maneira nem sempre uniforme. Uma massa imensa de rocha densa, conhecida como Província Africana de Grande Velocidade de Cisalhamento Baixo, localizada a cerca de 2.900 quilômetros abaixo da superfície da África, pode influenciar ainda mais a configuração do campo magnético terrestre.
Surpreendentemente, brasileiros descobriram que esta anomalia magnética já existe há mais de 10 milhões de anos, indicando que suas características podem ser bem mais complexas do que se pensava. Além disso, a AMAS está em constante evolução e, segundo estudos recentes, está se deslocando para o oeste e se dividindo em duas áreas distintas, revelando que o seu comportamento pode ser mais dinâmico do que os cientistas inicialmente acreditavam.
Um estudo realizado em novembro de 2024 aponta que fenômenos semelhantes ao da AMAS ocorreram há 10 milhões de anos, o que pode desafiar a teoria de que esta anomalia está relacionada a uma possível reversão iminente dos polos magnéticos, um evento que acontece em intervalos de centenas de milhares de anos.
Recentemente, cientistas descobriram que a AMAS também pode influenciar a formação de auroras, ampliando ainda mais a importância de um monitoramento constante da região. Entender como a AMAS evolui ao longo do tempo é crucial para aprimorar as previsões e proteger a tecnologia espacial em um mundo cada vez mais dependente dela.