Saúde

Ananda Paixão desmistifica cãibra no reto: 'Já cheguei a ir 20 vezes ao banheiro em um dia! Como ignorei esses sinais?'

2025-01-28

Autor: Lucas

A luta de Ananda Paixão contra o câncer no reto

A cantora Ananda Sarnaglia Paixão, de apenas 27 anos, viveu uma batalha desafiadora contra o câncer no reto, diagnosticado quando ela tinha 23 anos. Desde o início dos sintomas, a artista pernambucana enfrentou não apenas a doença, mas também o estigma e a vergonha que cercam questões de saúde que envolvem a região anal, um tabu frequentemente ignorado na sociedade.

Os sinais e o diagnóstico

A jornada de Ananda começou quando ela tinha apenas 21 anos. Os primeiros sinais foram sutis, mas alarmantes: sangue nas fezes e um aumento preocupante nas idas ao banheiro. "Os médicos descartaram a possibilidade de câncer, achando que era apenas uma fissura no ânus devido à minha pouca idade”, relata. A jovem também notou uma queda significativa de peso que a deixou ainda mais alerta.

Depois de passar por três proctologistas e ser mal diagnosticada, foi um amigo médico que a incentivou a buscar uma gastroenterologista. Esta, sensivelmente, solicitou a colonoscopia que mudou sua vida para sempre. “Quando finalmente descobri o câncer, eu percebi que minha condição era muito mais grave do que eu poderia imaginar”, compartilha.

O impacto emocional do diagnóstico

Ao receber o diagnóstico, Ananda ficou absorbida em um turbilhão de emoções. “Parece que o tempo parou. A única pergunta que eu fiz foi: quando eu ficaria curada?”, diz. A médica, otimista, apresentou suas chances de 98%. No entanto, a realidade se mostrou mais dura. Antes de iniciar o tratamento – que envolveu quimioterapia e radioterapia –, a cantora optou por congelar seus óvulos para preservar a possibilidade de maternidade. "Com 23 anos, entrei na menopausa. O câncer no reto me tirou a escolha de ser mãe", lamenta.

O tratamento e seus efeitos colaterais

Ananda detalha os efeitos secundários traumáticos do tratamento: “Não perdi cabelo, mas tive todos os outros efeitos colaterais que você pode imaginar, como vômitos e perda de apetite.” Após várias intervenções, incluindo uma cirurgia para a retirada do tumor e a colocação de uma bolsa de ileostomia, a cantora agora celebra dois anos e meio de remissão, mas não sem antes converter sua experiência em um legado de conscientização.

Conscientização sobre o câncer de reto

Ela escreveu o livro "Por trás das cicatrizes – Precisamos falar sobre o câncer de reto em mulheres" (Método, 2023, 200 páginas, R$ 50,40) com o intuito de alertar e educar jovens a respeito do câncer de reto. Em seu relato, ela destaca a importância de não minimizar os sintomas, reforçando a mensagem de que este tipo de câncer não é exclusivo de pessoas mais velhas.

Câncer no reto: o que todos deveriam saber

O câncer de reto se desenvolve na parte final do intestino grosso e pode se manifestar de formas variadas. Infelizmente, os sintomas iniciais são frequentemente silenciosos, tornando exames regulares vitais, especialmente para quem tem histórico familiar. Os principais sinais de alerta incluem: - Sangramento nas fezes; - Dores abdominais; - Alterações nos hábitos intestinais; - Saídas de muco pelo ânus.

De acordo com a oncologista Renata Takahashi, é crucial que mulheres e homens não negligenciem sintomas que possam parecer banais. "O câncer de reto é um tumor maligno que, na sua maioria, surge de pólipos. A prevenção e a detecção precoce são fundamentais", alerta.

Além disso, a construção de um diálogo aberto pode ajudar a quebrar o estigma envolvido em discussões sobre saúde intestinal. Quando percebemos que muitas histórias como a de Ananda não são contadas, torna-se imperativo falar sobre estas questões, para que ninguém precise enfrentar essa jornada sozinha. Mantenha-se informado, faça exames regulares e lembre-se: não há vergonha em buscar ajuda.