Análise | O Futuro Incerto do Hezbollah em um Líbano em Ruínas: O que Vem a Seguir?
2024-09-24
Autor: João
Na dramática cena do sul do Líbano, onde as imagens de destruição são chocantes, milhares de refugiados tomam as rodovias, temendo um conflito ainda mais devastador entre Israel e o Hezbollah. Esta realidade roubou a tranquilidade de vilarejos, onde a dor das perdas está prestes a ser sentida em funerais coletivos previstos para esta terça-feira.
Segunda-feira marca um ponto sombrio para o Líbano, que experimentou o dia mais mortal em décadas, uma lembrança cruel dos horrores da guerra civil que atormentou o país por 15 anos, até sua conclusão em 1990.
Conforme uma declaração do Hezbollah denuncia: “Vítimas do ataque israelense na aldeia de Arnoun, um ataque aos seus lares!”, as redes sociais se tornam um campo de batalha emocional, onde a imagem de três mulheres mortas denuncia a brutalidade do conflito.
O Ministério da Saúde não fez distinção entre combatentes e civis nas estatísticas de mortos, mas foi evidente que os ataques se concentraram em áreas dominadas pelo Hezbollah, levantando questões sobre o objetivo de Israel de desmantelar a influência do grupo no Líbano.
Além disso, a semana passada foi marcada pela detonação de dispositivos eletrônicos do Hezbollah, resultando em mortes e ferimentos de milhares, e um ataque aéreo com alvos precisos que eliminou líderes militares do grupo nas proximidades de Beirute.
Especialistas em assuntos do Hezbollah revelam que a organização armada foi significativamente enfraquecida, uma situação que parece ter deixado seus membros desorientados. O professor Hilal Khashan, da Universidade Americana de Beirute, afirma: “O Hezbollah não possui opções agora. Israel desmantelou sua estrutura organizacional.”
Khashan aponta que a capacidade do Hezbollah de se comunicar e orquestrar respostas em larga escala foi gravemente comprometida, resultando em uma liderança desmantelada e combatentes perdidos sem direção.
Os líderes israelenses intensificaram seus ataques, afirmando que acabar com a presença do Hezbollah na zona de fronteira era a única solução para trazer de volta os milhares de israelenses que abandonaram seus lares.
Um diplomata, que pediu anonimato, revelou que Israel pressiona o Hezbollah a aceitar um cessar-fogo ao longo da fronteira libanesa-israelense, independentemente do que ocorre na guerra em Gaza, exigindo um recuo de suas forças e desarmamento na área de conflito.
O que acontecerá a seguir para o Hezbollah, um grupo que já foi sinônimo de resistência, pode mudar o panorama do Oriente Médio. A incerteza reigna, mas o desejo de restauração da paz e da segurança se torna cada vez mais urgente em uma região que, como sempre, parece à beira da explosão.