Ciência

Alzheimer: A Doença que Pode e Deve Ser Prevenida Desde a Infância!

2024-09-19

No dia 21 de setembro, celebramos o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer, uma data instituída pela OMS em 1994, com o objetivo de divulgar informações cruciais sobre sintomas, tratamentos e suporte para familiares. Essa doença neurológica afeta não apenas os pacientes, mas todos ao seu redor, criando desafios emocionais e práticos significativos.

A cada três segundos, uma pessoa no mundo desenvolve demência, somando 55 milhões de casos globais. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas enfrentam essa condição, com muitos casos permanecendo sem diagnóstico. A Doença de Alzheimer é responsável por 55% a 60% dos casos de demência e seu risco aumenta conforme envelhecemos. Mas, atenção! A prevenção deve começar muito antes da velhice.

Fatores de risco para demência se dividem em não modificáveis, como idade e genética, e modificáveis, que podem ser mitigados por ações individuais e políticas públicas. Em 2020, uma comissão de especialistas da Revista Lancet identificou 12 fatores de risco modificáveis, apontando que até 40% do risco de demência pode ser reduzido por meio de intervenções adequadas.

A educação é um dos pilares na prevenção, sendo que aqueles com maior escolaridade possuem uma densidade sináptica mais elevada, resultado da estimulação intelectual proporcionada pela educação. Essa “reserva cognitiva” auxilia na compensação de lesões neurológicas futuras. Além disso, a baixa escolaridade geralmente se associa a níveis socioeconômicos inferiores, impactando o acesso a cuidados de saúde e a uma dieta mais saudável, elementos fundamentais para o desenvolvimento cerebral nos primeiros anos de vida.

Na fase adulta, a perda auditiva, frequentemente negligenciada, figura entre os principais fatores de risco, seguida por lesões cranianas, hipertensão, consumo excessivo de álcool e obesidade. Na terceira idade, a lista se amplia, incluindo tabagismo, depressão, isolamento social, baixa atividade física, poluição do ar e diabetes.

Então, o que podemos fazer? A prevenção deve ser uma preocupação constante em todas as fases da vida.

Um estudo recente no Brasil, liderado por pesquisadoras da USP e Unifesp, revelou um potencial ainda maior de redução do risco de demência, alcançando 48%. Os principais fatores de risco no país são a baixa escolaridade, hipertensão e perda auditiva, destacando a urgência de ações preventivas.

Ações efetivas incluem melhorias na educação básica e no sistema de saúde pública, bem como hábitos saudáveis, como exercícios físicos regulares, socialização e controle de condições de saúde. A população deve ser incentivada a buscar atendimento médico desde cedo, aproveitando programas como o SUS, que oferece acesso à saúde de forma abrangente.

Pesquisas globais, como o projeto Finger, demonstram a eficácia de intervenções na prevenção da demência. O estudo envolveu 1.600 idosos em risco, resultando em uma melhora de 25% no desempenho cognitivo do grupo que recebeu supervisão contínua e orientações específicas. Esse tipo de estudo está sendo replicado em mais de 40 países, incluindo o Brasil.

Portanto, é essencial entender que cuidar dos fatores de risco modificáveis durante a vida pode traçar o caminho para uma velhice mais saudável e autônoma. Informar-se e agir com responsabilidade são as chaves para garantir que a doença de Alzheimer não defina a qualidade da nossa vida. E lembre-se: o quanto antes começarmos a cuidar da saúde cerebral, maiores serão as chances de um futuro mais vibrante e pleno!