Prevenção em Foco: Um Ano desafiador pela Frente

O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, acendeu um sinal vermelho ao afirmar que 2026 pode trazer desafios significativos no combate à dengue. Ele apontou a circulação de três sorotipos do vírus (1, 2 e 3), transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como um fator alarmante.

"Queremos mitigar o número de casos através de ações preventivas, mas os dados epidemiológicos indicam que teremos um ano difícil, já que normalmente só um sorotipo circula ao mesmo tempo. Com três em jogo, a chance de contaminação de novos pacientes aumenta exponencialmente", enfatizou Baccheretti.

Pacote de Investimentos e Estratégias de Combate

Em um evento para discutir ações contra arboviroses, o governo estadual lançou um pacote de R$ 203 milhões para enfrentar a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos. O secretário destacou que 2024 foi um ano sem precedentes no número de casos, tornando-se o pior da história do Brasil em relação às arboviroses, exacerbado pelo aquecimento global.

"A mudança climática é uma realidade com a qual temos que lidar. Os ciclos estão encurtando e precisamos iniciar as ações de combate já em setembro", alertou.

Dengue em Alta e Previsão de Chuva

No ano passado, Minas Gerais registrou recordes de dengue em todas as regiões. Em 2023, apenas a região do Triângulo Mineiro apresentou um aumento de casos. Baccheretti relacionou isso à proximidade com São Paulo, que vivenciou um surto severo dos sorotipos 2 e 3.

"O Triângulo foi a única região que realmente chamou a atenção este ano, enquanto as outras áreas experimentaram uma queda nas infecções", afirmou.

Preparação para o Período Chuvoso

Com a chegada das chuvas nas próximas semanas, Baccheretti ressaltou a importância de combater o vetor. "Mais de 80% dos focos de dengue estão nas casas. Precisamos que as pessoas façam a limpeza em locais como calhas e ralos, eliminando quaisquer ovos que possam estar lá antes da chuva chegar", destacou.

Investimentos em Tecnologia e Infraestrutura

Dos recursos anunciados, R$ 120 milhões serão direcionados aos municípios para preparações em situações de emergência, enquanto R$ 35 milhões serão utilizados para otimizar a frota de veículos equipados para aplicar inseticidas. Outros R$ 27 milhões serão investidos no fortalecimento da rede de laboratórios, acelerando diagnósticos e monitoramento.

Além disso, a estratégia VigiDrones, que utiliza drones para mapear focos do mosquito em áreas de difícil acesso, receberá R$ 21 milhões, permitindo uma abordagem mais eficaz na prevenção.

Inovação: A Biofábrica de Mosquitos