Introdução

Nesta sexta-feira (10), uma onda de indignação tomou conta da comunidade científica argentina após a divulgação de uma nova resolução pelo governo de Javier Milei. Professores e pesquisadores qualificaram a medida como um ataque direto à pesquisa em ciências sociais e ambientais, alertando que ela visa “aprofundar o ajuste” no setor científico.

Reação da Comunidade Científica

A Rede de Autoridades de Institutos de Ciência e Tecnologia da Argentina não hesitou em manifestar seu repúdio, declarando que a resolução publicada na quinta-feira (9) é um “prelúdio para um aprofundamento das cortes orçamentárias” nas áreas cruciais da ciência. O comunicado enfatiza que a intenção de Milei é clara: eliminar pesquisas fundamentais que tratam de temas como meio ambiente e aquecimento global.

Detalhes da Resolução

A resolução oficial, emitida sob a justificativa de "emergência econômica", determina que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deve realizar uma avaliação rigorosa de todos os programas existentes, decidindo quais continuarão a receber financiamento. O governo sugere que a continuidade dos projetos deve estar alinhada com o "Plano Estratégico" que, segundo Milei, prioriza o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao crescimento econômico, focando em áreas como agroindústria, energia, mineração e saúde.

Críticas dos Especialistas

A reação de especialistas tem sido contundente. Rodrigo Quiroga, um renomado bioquímico do Conicet, destacou em suas redes sociais que a resolução determina a exclusão de praticamente todas as iniciativas de pesquisa, exceto aquelas ligadas ao agronegócio, energia e saúde. “O governo de Milei acaba de destruir o sistema científico argentino com o toque de uma caneta”, criticou Quiroga, ilustrando a gravidade da situação.

Consequências para o Setor Científico

Além disso, o setor não só enfrenta a ameaça de um corte drástico no orçamento, mas também a suspensão de programas de bolsas de estudo e pesquisa, uma estratégia apelidada de "Plano Motosserra", que tem como objetivo atingir um superávit fiscal. Dados da Associação Argentina de Orçamento indicam que os gastos públicos foram reduzidos em impressionantes 26% ao longo de 2024, o que levanta questões sobre o futuro da ciência no país.

Mobilização da Comunidade Científica

Os cientistas argentinos não estão apenas se mobilizando contra essas medidas; eles estão se unindo em uma voz coletiva para exigir que o governo reveja esse caminho perigoso. O futuro da pesquisa e da inovação na Argentina, que historicamente contribuiu para avanços significativos na ciência, agora está em jogo. Como essa luta se desenrolará? A comunidade científica está disposta a fazer barulho até que sua voz seja ouvida!