Ciência

Alerta! Mudanças climáticas ameaçam produção de energia solar no Brasil!

2024-11-12

Autor: Julia

Um estudo recente, que analisou 42 modelos climáticos globais e uma vasta gama de dados, revelou que a radiação solar no Brasil pode aumentar cerca de 2% em grande parte do território até o fim do século. As boas notícias são especialmente promissoras para o Sudeste, onde o aumento pode chegar a impressionantes 5% durante a primavera, com Minas Gerais se destacando. No entanto, nem todas as regiões terão sorte: o Rio Grande do Sul, por exemplo, pode observar uma redução de até 4% na radiação, enquanto o litoral do Maranhão, Piauí e Ceará podem enfrentar uma queda de até 1%.

Essa elevação na radiação solar pode resultar em uma produção adicional de 1,2 TWh de energia por ano, suficiente para abastecer cerca de 580 mil residências e evitar a emissão de 428 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Todavia, essa evolução não ocorre em um vácuo; é um reflexo das mudanças climáticas impulsionadas pelas emissões de gases do efeito estufa, que, em 2023, representaram mais de dois terços das emissões globais, atingindo um recorde de 37,4 bilhões de toneladas de CO2.

A crescente radiação solar está atrelada à diminuição da nebulosidade, um fenômeno causado pela redução das chuvas e pelo aumento das ondas de calor, especialmente em períodos secos. Isso levanta preocupações significativas, pois eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, afetam diretamente a saúde pública, o conforto nas áreas urbanas e a produção agrícola, impactando tanto a agricultura quanto a pecuária.

Os baixos níveis de água nos reservatórios também têm um efeito dominó, afetando não apenas a geração de eletricidade, essencial para enfrentar esses desafios, mas também o abastecimento das populações. Nessa dança climática, centenas de parques eólicos no Nordeste têm sofrido com a geração de energia abaixo das expectativas devido à variabilidade das condições climáticas. Além disso, as estiagens agravam a situação, prejudicando a navegação em rios, como se viu recentemente na Amazônia, isolando comunidades e dificultando o transporte de produtos e insumos, tornando o cenário ainda mais vulnerável.

Diante desse contexto, torna-se crucial planejar e se adaptar às mudanças climáticas. O aumento do consumo de energia, aliado a ondas de calor cada vez mais frequentes, gera incertezas sobre a capacidade de atender à demanda com base apenas na hidroeletricidade, principal fonte de energia do país.

A diversificação das fontes renováveis é uma estratégia fundamental para garantir a resiliência do sistema elétrico, especialmente à luz do aumento da radiação solar nos meses secos. Em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas estão mais vazios, essa energia pode servir como uma solução viável, ao mesmo tempo em que mitiga os impactos ambientais causados por grandes represas, que frequentemente afetam a biodiversidade local e emitem significativas quantidades de gases de efeito estufa.

A transição para uma matriz energética mais limpa e diversificada é um desafio global que também se reflete na Agenda 2030 da ONU, que busca prover energia limpa e acessível para todos. No Brasil, cerca de 685 milhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso à eletricidade e 2,1 bilhões dependem de lenha para cozinhar. Este cenário é especialmente crítico nas regiões isoladas da Amazônia, onde o aumento da capacidade de geração solar pode fazer toda a diferença.

Por fim, com a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) apresentada pelo governo federal, que busca reduzir as emissões em até 67% até 2035, é imprescindível que esforços concretos sejam feitos. O presidente enfatizou a urgência de acelerar a descarbonização da economia, visando um futuro menos dependente de combustíveis fósseis. O Brasil tem um papel fundamental a desempenhar, especialmente com a aproximação de eventos internacionais como a reunião do G20 em 2024 e a COP30 em 2025, onde as discussões sobre energia renovável ganharão destaque. O que você acha? Estaremos prontos para a mudança?