Ciência

Alerta: Metais Tóxicos em Absorventes Internos Podem Colocar Sua Saúde em Risco!

2024-09-25

Desde a década de 1930, os absorventes internos se tornaram uma escolha popular entre quem menstrua, oferecendo conforto durante um período que traz muitos desafios. No entanto, um estudo recente publicado na revista Environment International gerou preocupações sobre a segurança desses produtos, ao revelar a presença de metais tóxicos como chumbo, arsênio, níquel, mercúrio e zinco em absorventes internos.

Realizada por pesquisadores dos Estados Unidos, a pesquisa analisou 30 absorventes de 14 marcas, comprados nos EUA, na Grécia e no Reino Unido, entre setembro de 2022 e março de 2023, e constatou que todos os produtos testados continham esses metais, variando em concentração de acordo com a origem e se eram feitos de algodão orgânico ou não.

Um dos achados mais alarmantes foi que os absorventes não orgânicos apresentaram níveis mais altos de chumbo, enquanto os orgânicos mostraram maior concentração de arsênio. A pesquisa destaca que mesmo a exposição a baixos níveis de chumbo pode ter efeitos neurocomportamentais significativos, afetando a capacidade cognitiva e a memorização tanto em adultos quanto em crianças. No caso do arsênio, os riscos incluem problemas na função uterina e ovariana, além do aumento da probabilidade de doenças cardiovasculares.

Mas como esses metais tóxicos chegam aos absorventes internos? Os pesquisadores sugerem várias vias de contaminação: o algodão pode absorver metais da água, do solo ou do ar, ou até mesmo de um contêiner próximo, como uma fundição. Além disso, alguns metais podem ser adicionados intencionalmente durante o processo de fabricação como parte de pigmentos ou agentes antibacterianos.

A ginecologista Renata Bonaccorso Lamego alerta que a presença de metais tóxicos nos absorventes pode ser preocupante. Além dos efeitos no sistema nervoso e cardiovascular, esses metais estão ligados a um aumento do risco de câncer, doenças renais e até infertilidade. Como a vagina possui uma rica vascularização, substâncias em contato com ela podem ser rapidamente absorvidas pelo corpo.

Embora o estudo tenha encontrado metais em absorventes, os especialistas ressaltam que mais pesquisas são necessárias para determinar se esses metais são efetivamente absorvidos pelo corpo e se apresentam riscos à saúde pública. A ginecologista Adriana Campaner, presidente da Comissão de Trato Genital Interior da Febrasgo, destaca que novos estudos devem avaliar a presença de metais no sangue de usuárias de absorventes internos comparadas a aquelas que utilizam outros métodos, além do fato de que a pesquisa não abrangeu produtos vendidos no Brasil.

Reforçando a importância do contexto brasileiro, a Dra. Lamego explica que o algodão utilizado nos absorventes pode ter sido tratado com pesticidas, pois é uma cultura altamente vulnerável a pragas. Esse uso excessivo de agrotóxicos pode resultar em contaminação, mesmo em produtos não alimentícios. Isso ressalta a urgência de uma regulamentação mais rigorosa no setor e o incentivo ao cultivo sustentável.

Por fim, a Dra. Renata Lamego avisa que o uso prolongado de absorventes internos pode resultar em infecções, e recomenda a troca do produto a cada duas a seis horas, dependendo do fluxo menstrual. Com outros métodos disponíveis, como coletores e discos vaginais, que são frequentemente promovidos como antibacterianos, a necessidade de investigar os componentes desses produtos também se faz urgente.

O que você acha disso? Estamos colocando nossa saúde em risco ao usar absorventes internos? É hora de refletir sobre nossas escolhas e considerar alternativas mais seguras!