Ciência

Alerta Máximo: Motor do Clima da Terra Está Se Desmantelando Após 6.500 Anos!

2025-09-09

Autor: Fernanda

A AMOC: O Motor Esquecido do Clima Global

A Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, ou AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), é uma das peças chave que regem o clima da Terra. Semelhante a uma esteira oceânica, ela transporta calor e nutrientes, conectando as águas quentes da região tropical com as frias do hemisfério norte. Sempre que esse sistema enfrenta alterações, alterações drásticas no clima global costumam ocorrer, como as que experimentamos na última era glacial.

Cientistas Revelam Os Últimos 12.000 Anos da AMOC

Um estudo internacional, com a participação de cientistas da Alemanha, Suíça e Brasil, mergulhou fundo em amostras de sedimentos marinhos do Atlântico Norte. Utilizando elementos radioativos, como tório-230 e protactínio-231, eles conseguiram rastrear a intensidade da AMOC ao longo do Holoceno, os últimos 12 mil anos. Cristiano Mazur Chiessi, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coautor do estudo, explicou que as variações nos registros desses elementos revelam a força dessa corrente oceânica.

Mudanças Históricas e Um Futuro Incerto

Os dados mostraram que, após a última glaciação, a AMOC precisou de aproximadamente 2 mil anos para se recuperar. No entanto, entre 9.200 e 8.000 anos atrás, o sistema sofreu um novo declínio, impulsionado pelo derretimento das geleiras. Esse período se destaca como um dos mais frios da história recente da Terra. Desde 6.500 anos, a AMOC estabilizou-se em um fluxo de cerca de 18 Sverdrups, mantendo essa intensidade até os dias atuais.

E o Que Esperar para o Futuro?

Chiessi adverte que o futuro é alarmante: o enfraquecimento da AMOC irá provocar mudanças severas nos padrões de chuva em regiões tropicais, impactando especialmente a América do Sul e a África. O fenômeno também afetará as monções na Índia e no Sudeste Asiático.

Amazônia em Risco: O Porto Seguro da Biodiversidade

O cenário se torna ainda mais crítico para a Amazônia, com previsões de uma drástica diminuição das chuvas no norte da região, a área mais preservada da floresta. Chiessi prevê que as chuvas equatoriais possam migrar para o sul, deixando o norte da Amazônia, abrangendo partes do Brasil, Colômbia, Venezuela e Guianas, vulnerável a secas severas.

A Hora de Agir é Agora!

O pesquisador alerta que a urgência é real e inegociável. Apesar da incerteza ao monitorar essas mudanças, ainda há tempo para ações corretivas. A próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que acontecerá em novembro em Belém, no Pará, representa uma oportunidade vital que não pode ser desperdiçada. Governos e cidadãos precisam unir forças para enfrentar essa crise.

O futuro do nosso clima e da Amazônia está em jogo. Não podemos nos dar ao luxo de ignorar este chamado para a ação!