Ciência

Alarmante: RS pode se tornar inabitável em breve, alerta especialista

2024-11-05

Autor: Julia

A crise climática no 4º Summit Ambiental Internacional

A crise climática voltou a ser pauta urgente no 4º Summit Ambiental Internacional, realizado pelo Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre. Este evento, que começou nesta terça-feira e se estende até quarta-feira no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, atraiu especialistas em saúde e meio ambiente para discutir os desafios que enfrentamos.

Palestra de Carlos Afonso Nobre

Carlos Afonso Nobre, climatologista renomado e membro da equipe premiada com o Nobel da Paz em 2007 pelo IPCC, foi o destaque da palestra principal. Ele fez um alerta preocupante: “A emergência climática pode tornar o Rio Grande do Sul inabitável em breve”.

Eventos climáticos extremos

Os recentes eventos climáticos extremos, como as enchentes que devastaram regiões do estado em maio, servem como um exemplo crítico da urgência de ações em prol da preservação ambiental. Nobre ressaltou: “Estamos caminhando para um ‘ecocídio’, com riscos significativos tanto para o planeta quanto para a humanidade. Precisamos reduzir a zero as emissões de gases de efeito estufa, combater o desmatamento e o comércio de animais silvestres para evitar novas pandemias.” Em sua fala, a afirmação “Não existe um planeta B” ecoou como um chamado à ação.

Aumento da temperatura global

Nobre ainda destacou que a temperatura média global já subiu 1,3ºC em comparação aos níveis pré-industriais e, nos últimos cinco anos, observou-se uma média de aumento de 3,3ºC. Um aumento de 4ºC acima da média histórica poderia tornar o Rio Grande do Sul inabitável, tendo um impacto profundo especialmente sobre os idosos, crianças e comunidades mais vulneráveis.

Emissões de carbono e nível do mar

Desde o início da era industrial, as emissões de carbono liberadas pela atividade humana chegaram a impressionantes 1,5 trilhão de toneladas, provocando um aumento médio do nível do mar de 10,3 cm desde 1993 e resultando na perda de 8,3 mil km³ de gelo desde 1976.

Impacto das ondas de calor

Carlos Nobre também mencionou que, em um cenário de 4ºC de aumento, as ondas de calor poderiam ser 5,3ºC mais intensas e ocorrer 38 vezes em um período de 50 anos, comparado às cinco vezes atuais. “O impacto da emergência climática já se reflete na saúde pública e na biodiversidade global, criando desafios sem precedentes. O Brasil possui um potencial imenso para liderar a luta por meio de políticas de resiliência e adaptações climáticas, com metas de reduzir emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2040”, concluiu Nobre.

Compromisso do Hospital Moinhos de Vento

Durante o evento, Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, deixou claro o compromisso da instituição com a sustentabilidade: “A crise climática é uma questão de saúde pública. Nossa responsabilidade vai além dos resíduos que geramos; buscamos influenciar práticas sustentáveis entre fornecedores, colaboradores e parceiros.”

Debate sobre ações urgentes

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