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Agência Moody's eleva nota de crédito do Brasil para Ba1 com perspectiva positiva: O que isso significa para a economia?

2024-10-01

A Moody's, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, anunciou nesta terça-feira (1º) uma elevação da nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, trazendo uma perspectiva positiva. Com essa atualização, o país se aproxima ainda mais do cobiçado grau de investimento, que representa um selo de confiança para os investidores ao indicar um menor risco de calote.

Apesar da melhoria na nota, o Brasil ainda é classificado como grau especulativo, sugerindo que, embora a situação financeira esteja mais robusta, há incertezas que podem afetar a economia a curto prazo. A Moody's destaca que, embora o Brasil apresente uma estrutura fiscal moderada, a implementação contínua de reformas econômicas e fiscais pode gerar um ciclo de crescimento mais sólido.

Recentemente, a agência revisou suas projeções, prevendo um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para o país nos próximos anos. Essa previsão é a mais otimista desde a pandemia de COVID-19, que teve um impacto devastador sobre a economia global e brasileira.

A Moody's também sugere que, caso o país mantenha uma política fiscal consistente, a maior credibilidade institucional pode resultar em custos de financiamento mais baixos. Em tempos de instabilidade global e pressões inflacionárias, isso é um sinal encorajador para o investimento no Brasil.

Além disso, a Moody's observa que um mercado de trabalho resiliente e salários reais em alta contribuirão para manter o crescimento econômico, destacando a importância de um ambiente político estável.

Atualmente, Brasil ainda precisa da confirmação de outras agências de classificação de risco, como Fitch Ratings e Standard & Poor’s (S&P), que ainda mantêm a nota BB, o grau especulativo, mas a dois passos da classificação de bom pagador.

Historicamente, o Brasil já experimentou o grau de investimento entre 2008 e 2015, um período marcado por avanços econômicos significativos. No entanto, o país caiu para grau especulativo devido a uma série de crises políticas e econômicas que culminaram em um aumento da dívida pública.

Embora a melhoria da nota de crédito seja um sinal positivo, especialistas, como o professor Alex Nery da FIA Business School, alertam que o Brasil ainda enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de executar reformas estruturais e de estabelecer um arcabouço fiscal sólido que mantenha a confiança dos investidores. O futuro do Brasil na classificação de investimento dependerá de medidas eficazes e contínuas que garantam estabilidade econômica e política.

Diante desse contexto, a pergunta que fica é: O Brasil conseguirá manter esse impulso positivo e retomar o grau de investimento? Com a implementação eficaz das reformas e a manutenção de um ambiente econômico favorável, a resposta pode estar mais perto do que se imagina!