No segundo episódio da série "Que África é Essa - o Fantástico na Terra-Mãe", fomos explorados à vibrante cena tecnológica da África, focando especialmente no Quênia e Gana. O Quênia não só opera um sistema semelhante ao Pix brasileiro há 17 anos, mas é também um pioneiro em inovação tecnológica, abrindo caminho para soluções que beneficiam milhões.

Nairobi, a capital quêniana, é um verdadeiro paradoxo: um centro urbano moderno que coexiste com a natureza selvagem, oferecendo um safari único no coração da cidade. Além do seu crescimento impressionante, Nairobi é reconhecida internacionalmente como um polo de inovação. Conhecida como a "Savana do silêncio", a cidade abriga uma quantidade significativa de startups de tecnologia, tornando-se um hub para empresários e desenvolvedores.

Uma das iniciativas mais notáveis é a de fornecer acesso à internet na favorecida Kibera, uma das maiores favelas da África. Com cerca de 250 mil habitantes, a comunidade agora conta com acesso à internet rápida e barata, graças a uma empresa local que instalou roteadores. Caroline Karani, uma moradora da Kibera, expressa sua alegria: "Agora meus filhos podem aprender com aulas na internet. Eu tenho acesso aos relatórios da escola e posso falar com outras pessoas. Estou feliz". A meta ambiciosa dessa empresa é levar internet para mais de dez mil lares em Kibera em um ano e meio, e expandir seus serviços para outros países africanos.

No panorama financeiro, o Quênia destaca-se entre os 40 países com maior investimento em fintechs, com diversas iniciativas fomentando inclusão financeira e digital.

Uma das principais inovações é o M-Pesa, um serviço que permite guardar, enviar e até receber dinheiro usando o celular. Implementado há 17 anos, este sistema já se expandiu para mais seis países africanos. O historiador Carlos Machado destaca a importância do M-Pesa: "Quênia é a terceira maior economia da África, com o M-Pesa desempenhando um papel crucial na economia digital". A operação é simples: o usuário envia mensagens SMS para realizar transações financeiras, tudo através de créditos pré-pagos.

Na favela de Kibera, moradores têm a capacidade de relatar em tempo real suas experiências e necessidades através de uma plataforma online. Daniel Odongo, diretor do Safaricom, afirma: "Os moradores podem documentar seus próprios problemas e necessidades urgentes, criando uma nova forma de comunicação e suporte na comunidade".

Em Gana, o cenário de saúde pública também está passando por transformações significativas. Como um país pioneiro que aprovou o uso de vacina contra malária, Gana luta contra o comércio de medicamentos falsificados com a ajuda da tecnologia. Desde 2007, o mPedigree tem sido uma ferramenta chave, permitindo que os consumidores verifiquem a autenticidade dos medicamentos através de um simples SMS. Eugene Kweku Boadu, um dos fundadores da iniciativa, explica: "Nosso serviço fornece rótulos para os fabricantes, que são aplicados nas embalagens. Depois, os usuários só precisam riscar o rótulo e enviar o número via SMS para receber uma resposta em segundos".

Essas inovações no Quênia e Gana demonstram como a África não é apenas um continente em desenvolvimento, mas sim uma terra de tecnologia, inovação e resiliência. As iniciativas em saúde e finanças mostram que a África está disposta a usar a tecnologia de forma a resolver velhos problemas e criar novas oportunidades.

Essas histórias ilustram um continente que, longe do estereótipo de pobreza e sujeira, está se moldando como um verdadeiro lugar de inovação global. Enquanto o mundo observa, a África está provando que pode liderar com ideias criativas e soluções práticas. Não perca os próximos episódios para descobrir ainda mais sobre as maravilhas e a tecnologia que estão mudando a vida dos africanos!