Nação

‘Aceitem a democracia’, clama o maior golpista do Brasil

2024-11-11

Autor: João

Recentemente, um artigo polêmico foi publicado no site de um dos maiores jornais do Brasil, apresentando-se como um texto opinativo rotineiro, no meio de diversas análises sobre a complexidade política nacional. Contudo, o que realmente se destacou foi a assinatura do autor: Jair Bolsonaro.

No artigo intitulado “Aceitem a democracia”, Bolsonaro proferiu uma série de mentiras, distorções e manipulações, utilizando um espaço que deveria primar pela verdade. Em tom de defesa cívica, a Folha ofereceu um repertório de inverdades que geram estranhamento e indignação.

O ex-presidente, que durante seu mandato tentou desacreditar o próprio processo eleitoral brasileiro, agora clama pela aceitação da democracia. Ironia ou cinismo? Ele, que incitou seus seguidores a realizar ataques às instituições, invadindo os prédios dos poderes em Brasília, e ainda incentivou hackers a invadir os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral, vem a público falar sobre a legitimidade democrática.

Em seu artigo, Bolsonaro tenta apresentar uma retórica de naturalidade, alegando que “quando uma ideia ganha a alma do povo, é inútil tentar matá-la simplesmente por meio da violência”. É difícil não lembrar que esse mesmo homem inspirou e incitou ações violentas contra opositores, incluindo ameaças à segurança de ministros do STF, como Alexandre de Moraes.

Além disso, convém destacar que durante seu governo, Bolsonaro foi responsável por uma série de decisões que custaram vidas, especialmente na pandemia de Covid-19, onde cerca de 400 mil mortes poderiam ter sido evitadas se as orientações científicas tivessem sido seguidas. Isso levanta a questão: aos olhos de quem ele realmente se preocupa ao falar em um “futuro melhor”?

Ademais, os leitores podem se surpreender ao ver que o artigo de Bolsonaro não foi veiculado em canais de extrema direita, mas sim em um respeitado veículo da imprensa brasileira. A “farsa democrata” que ele tenta projetar já encontrou um espaço para se manifestar na Folha de S. Paulo.

Esse movimento acende um alerta sobre a liberdade de expressão nas redações, onde, na busca por uma suposta pluralidade, algumas publicações abrem espaço para discursos que ameaçam a própria democracia. A prática de incluir vozes antidemocráticas no debate público pode ser um tiro no pé, resultando em um ecossistema midiático imaturo e irresponsável.

Por fim, se o extremismo continuar a ganhar forças no Brasil, talvez a história reserve um lugar para editoriais pedindo desculpas por dar voz a aqueles que aspiram ao caos institucional. É um ciclo vicioso que pode se repetir, caso não haja um forte compromisso com a verdade e a responsabilidade na comunicação.