A 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) tem início nesta segunda-feira (7/4) e vai até sexta-feira (11/4), reunindo milhares de indígenas de todas as regiões do Brasil. Considerado o maior evento de mobilização indígena do país, o acampamento se realiza no espaço da Funarte em Brasília, e este ano traz como tema: “APIB somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida.”

O ATL 2025 é uma celebração da união e resistência do movimento indígena, representado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que completa 20 anos de luta nesse ano. De acordo com a organização, cerca de 6 a 9 mil indígenas são esperados, e o evento oferece uma rara oportunidade para que o público conheça a vasta diversidade cultural indígena, suas histórias e suas lutas fundamentais.

Os organizadores também destacam a importância da participação indígena na 30ª Conferência das Partes (COP 30), marcada para novembro em Belém do Pará, onde será lançada a Comissão Internacional Indígena para a COP 30.

Entre os temas a serem debatidos estão os conflitos territoriais, a criação da Comissão Nacional da Verdade Indígena, e ainda a luta por uma transição energética justa e a resistência da população LGBTQIA+ indígena. A campanha “A Resposta Somos Nós”, que surgiu durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, abordará ações concretas contra a crise climática, enfatizando a proteção das terras indígenas e o papel crucial que essas comunidades desempenham na preservação do meio ambiente.

A programação está dividida em cinco eixos centrais: “APIB Somos Todos Nós”, “Resistência e Conquista”, “Desconstitucionalização de Direitos”, “Fortalecendo a Democracia” e “Em Defesa do Futuro – A Resposta Somos Nós.”

Além da pauta política e cultural, o ATL conta com momentos de celebração, incluindo noites culturais com documentários e apresentações artísticas, proporcionando um espaço de encontro e troca de experiências.

Entre os eventos programados, estão discussões sobre saúde indígena e um ato contra a violência sofrida pelos povos tradicionais. Este acampamento é não apenas uma manifestação, mas um ponto de convergência para ações futuras que buscam garantir direitos fundamentais e preservar a dignidade de todos os povos indígenas do Brasil.