A Violenta Realidade das Mulheres Prisioneiras no Irã: Eles Precisam Saber!
2024-12-19
Autor: Gabriel
Nasim, uma mulher de 36 anos, passou por momentos aterrorizantes durante sua detenção na infame prisão de Evin, onde foi ameaçada de execução repetidamente. Sozinha em uma cela minúscula, sem janelas, ela escutava o som de outras prisioneiras sendo brutalmente torturadas, aguardando a sua vez. "Prepare-se, você é a próxima", eram as palavras que ecoavam lhe congelando o sangue.
Após ser presa em abril de 2023 por participar de protestos por direitos das mulheres, Nasim passou quatro meses em confinamento solitário, sem cama ou banheiro, isolada de qualquer convívio humano, exceto pelas vozes cruéis de seus interrogadores. O clima na prisão de Evin não é de segurança, mas de terror e desespero.
Esse cenário sombrio se intensificou após a morte de Mahsa Amini, de apenas 22 anos, em setembro de 2022, um evento que desencadeou uma onda de protestos com o lema "Mulher, Vida, Liberdade". Mahsa foi presa por supostamente violar as leis do uso do hijab, e sua morte sob custódia policial acendeu a fúria da população.
As detidas, como Nasim, têm suas histórias contadas em relatos de crueldade, mas também de resistência. Muitas continuam a lutar pelos direitos das mulheres mesmo atrás das grades. Uma mulher, que teve permissão para ver o marido, até engravidou sob essa circunstância enquanto estava detida.
Mais do que apenas um lugar de confinamento, a prisão de Evin se tornou um campo de batalha para os direitos humanos no Irã. Nasim, por exemplo, foi fazer uma confissão forçada durante sua detenção, mas pensou constantemente nas vidas que foram perdidas em protestos. E quão horrível é saber que existem pessoas dentro das celas sendo submetidas a tortura e humilhação diariamente.
Rezvaneh, outra prisioneira que se destacou, foi presa junto com seu marido, ambos acusados injustamente. Após passar por cientistas interrogatórios e torturas, a pressão psicológica é contínua. Conseguir um momento de privacidade em um espaço tão apertado é um luxo quase impossível.
A vida em Evin se desenrola em celas superlotadas, com até 20 mulheres dividindo um espaço pequeno e sufocante. Durante o inverno, elas enfrentam o frio, usando garrafas de água quente para se esquentar, enquanto no verão, o calor as atormenta. Apesar das adversidades, muitas mulheres tentam se manter ocupadas pintando, cantando e criando laços. O contato humano, mesmo em condições extremas, parece ser um dos poucos consolos que encontram.
Uma artista chamada Vida cria pinturas com inspiração em suas companheiras de cela, utilizando roupas de cama como tela. Suas obras são uma expressão de resistência e criatividade, mesmo quando as autoridades tentam censurar sua arte. A situação de Vida é uma prova de que, mesmo em ambiente opressivo, a expressão humana não pode ser completamente suprimida.
O ativismo pelas liberdades individuais nas prisões iranianas não se limita apenas às mulheres em Evin. Conforme reportado, um número alarmante de mais de 800 execuções ocorreu no país no último ano, refletindo a brutalidade do regime. Em resposta a essas atrocidades, as prisioneiras se unem em protestos, cantando e se negando a se mover, mesmo sob ameaças.
Recentemente, Rezvaneh deu à luz a uma menina, mas a alegria de ser mãe é ofuscada pela ansiedade sobre o futuro de sua filha e pela sua própria liberdade. O estresse da prisão tem afetado sua saúde, e o medo de não retornar à prisão após a licença de maternidade a consome.
À medida que a luta por direitos continua, a indomável resistência das mulheres iranianas, mesmo em circunstâncias tão adversas, nos lembra que, mesmo dentro de muros de prisões sombrias, a luz da esperança e a determinação por liberdade nunca são completamente apagadas. Essas mulheres, muitas vezes chamadas de prisioneiras de consciência, provam que a luta pela dignidade e pelos direitos não conhece fronteiras, nem mesmo atrás das grades.