A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se manifestou recentemente sobre o caso do conselheiro e jogador Caio Paulista, gerando desconforto entre muitos torcedores e membros do clube. Durante entrevista ao portal ge, Leila declarou: "Pedi abertura de sindicância para a apuração dos fatos e tomei a decisão de suspender o conselheiro preventivamente porque, mesmo após esta denúncia gravíssima, ele seguiu frequentando o clube como se nada tivesse acontecido. Sou presidente do Palmeiras, sou mulher e não posso permitir que as meninas assediadas tenham contato dentro do clube com o homem que as assediou".

Essa declaração de Leila ocorre em um ambiente onde a direção do Palmeiras está ciente de que não está atendendo às expectativas de parte da imprensa e da opinião pública. Contudo, a diretoria acredita que somente com prudência conseguirá tomar uma decisão justa e embasada.

Fontes ligadas à administração apontam que mais de sete testemunhas corroboram a denúncia contra o conselheiro. A situação é ainda mais conturbada por ser frequentemente comparada ao caso do atacante Dudu, que em 2020 foi inocentado de acusações de violência doméstica feitas por sua ex-esposa.

Entenda o caso

Recentemente, a ex-esposa de Caio Paulista, Ana Clara Monteiro, mãe de uma de suas filhas, postou fotos e vídeos nas redes sociais mostrando hematomas e um olho roxo, marcas que, segundo ela, são resultado das supostas agressões. O último incidente teria ocorrido em outubro de 2023, conforme as afirmações de Clara.

Embora não tenha citado o jogador diretamente em sua publicação, Ana Clara revelou que estava "cansada de se calar diante das violências que sofreu". Em contato com a reportagem, ela atribuiu os ferimentos a Caio Paulista, afirmando que as agressões ocorreram em dois momentos distintos da relação.

Por outro lado, Caio Paulista, através de sua assessoria, nega qualquer acusação de agressão, alegando que está em processo judicial com Clara exclusivamente por questões financeiras. Na última terça-feira (17), Clara compareceu à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher para registrar um boletim de ocorrência e prestar depoimento, o que foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

A ocorrência movimentou debates sobre a violência doméstica no esporte e como a gestão de clubes deve lidar com comportamentos de seus atletas. Com cada vez mais pressão sobre Leila e a diretoria do Palmeiras para que tomem uma posição firme, a situação do clube e de seus envolvidos continua em foco.

Atenção às vítimas

Casos de violência doméstica são frequentemente complexos, pois muitas vezes ocorrem dentro do círculo íntimo da vítima. Assim, é extremamente importante que qualquer episódio de agressão seja denunciado. Caso presencie uma situação de violência contra mulheres, entre em contato com o número 190 e denuncie.

Além disso, existem canais específicos como o 180, a Central de Atendimento à Mulher, e o Disque 100, que recebem denúncias sobre violações de direitos humanos. Há também o aplicativo Direitos Humanos Brasil, e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que oferecem assistência e orientação às vítimas.