
A Nova Moda de Terapia com Chatbots: Riscos que Ninguém Vê
2025-05-18
Autor: Matheus
Por Que Confidenciar a Algoritmos é um Perigo?
"Tenho me perguntado se a vida vale a pena." Este tipo de desabafo, que poderia ser parte de uma conversa íntima entre amigos, na verdade, pode estar sendo ouvido por um chatbot. Essas interações, aparentemente empáticas, são geradas por inteligência artificial, programada para reconhecer padrões e oferecer respostas que simulam a compreensão humana.
O professor Victor Hugo de Albuquerque, especialista em engenharia de teleinformática, explica que esses sistemas não têm realmente empatia, mas apenas replicam estilos de mensagens com base em um vasto banco de dados. Isso cria uma ilusão de conversa humana, levando muitos usuários a tratar essas interações como terapia.
Cuidado: Uma Sessão de Terapia não é Assim Tão Simples!
Um estudo recente da Harvard Business Review revelou que muitas pessoas buscam consolo emocional em ferramentas de IA. Isso é preocupante, pois o Conselho Federal de Psicologia recebe cada vez mais consultas sobre os riscos de usar IA para aconselhamento psicológico.
Maria Carolina Roseiro, conselheira do CFP, destaca que esses chatbots não têm responsabilidade legal, ao contrário dos psicólogos humanos. Se um usuário se sente mal ou é induzido a um estado de risco, não há como responsabilizar a tecnologia.
Os Dois Lados da Moeda: Benefícios e Desafios
Leonardo Martins, professor da PUC-Rio, acredita que as ferramentas digitais podem ser valiosas se desenvolvidas por profissionais qualificados. Ele menciona que, em um cenário de saúde mental precário, onde milhões sofrem com ansiedade e depressão, as tecnologias certas podem ajudar.
Exemplos positivos, como chatbots utilizados no sistema de saúde inglês, mostram aumento no acesso a cuidados de saúde mental, especialmente entre populações menos favorecidas. Contudo, a falta de critérios éticos e técnicos em ferramentas não projetadas para esse propósito resultaram em efeitos negativos.
Privacidade em Jogo: O Que Você Não Sabe
Outro tema crucial é a privacidade. Os dados que os usuários compartilham com esses sistemas não têm regulamentação adequada. Já houve casos de informações pessoais sendo vazadas e usadas por terceiros, o que é especialmente arriscado em contextos relacionados à saúde mental.
Tanto Albuquerque quanto Martins enfatizam que há um risco real de exposição involuntária de dados, que pode ocorrer mesmo com promessas de anonimato por parte das plataformas. O manejo descuidado com informações sensíveis pode resultar em problemas sérios para os usuários.
Considerações Finais: A Magia Tem seu Preço
Enquanto a busca por apoio emocional através da tecnologia pode ser vista como um sinal positivo, é fundamental entender as limitações e riscos implicados na interação com chatbots. A conexão humana e a orientação profissional continuam sendo insubstituíveis em momentos de vulnerabilidade.
Cuidado: não deixe que um algoritmo determine seu caminho emocional!