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'A Luta Começou: Americanos Reagem à Ameaça Autoritária de Trump

2025-01-17

Autor: Maria

Com a posse de Trump marcada para a próxima segunda-feira, a namorada da democracia americana enfrenta um desafio sem precedentes. Trump não só se comprometeu a perseguir 'inimigos internos', mas também atacou minorias e prometeu desmantelar políticas de diversidade. Ele anunciou uma deportação em massa que seria a maior da história e não hesitou em retirar direitos fundamentais das mulheres, ameaçando sua autonomia sobre seus próprios corpos. Além disso, ele fez declarações perturbadoras sobre perdoar os invasores do Capitólio e até insinuou que poderia ser 'ditador por um dia.'

Em resposta a essas ameaças, aproximadamente 50 pessoas se reuniram em um evento organizado pela ACLU para discutir estratégias de resistência e mobilização. Durante mais de duas horas, participantes se informaram sobre como agir em caso de abuso pelas forças de ordem, o que dizer e a quem recorrer. Essa preparação é crucial, pois muitos se lembram da surpresiva reação à ascensão de Trump em 2017.

Igrejas, escolas e centros comunitários por todo o país estão promovendo encontros como este, cientes de que a extrema direita está mais organizada e agressiva do que nunca. Entre os presentes estavam moradores locais, ativistas, professores, afro-americanos, casais LGBTQ+, imigrantes e estudantes, todos marcados pela tensão no ar.

As medidas de segurança foram rigorosas: máscaras, álcool em gel e instruções sobre a separação de lixo para reciclagem mostravam uma clara rejeição ao negacionismo. Durante a reunião, um senhor curioso perguntou sobre a natureza do evento e foi rapidamente informado sobre os perigos que o novo governo representaria.

Os anfitriões delinearam um cenário sombrio: 'Os primeiros 60 ou 90 dias serão críticos', alertou um coordenador, enfatizando a necessidade de apoio mútuo para proteger os direitos dos grupos vulneráveis.

Bethany Perryman, uma das organizadoras, fez um apelo para que os participantes não sucumbissem ao pânico, apesar de reconhecermos o clima de desespero pairando sobre muitos. 'Estamos todos juntos nessa', disse ela, enquanto advogadas explicavam os direitos e as medidas de proteção disponíveis para cada grupo vulnerável. Os participantes foram incentivados a refletir sobre os valores que regem suas vidas, um exercício simbólico importante em tempos de incerteza.

Os palestrantes não hesitaram em usar termos como 'ameaça de tirania' para descrever a nova administração. O foco não estava na legitimidade da vitória de Trump, mas em seus planos para reverter décadas de direitos civis e conquistas. Em estados progressistas como Connecticut, o direito ao aborto é garantido; no entanto, surgem preocupações sobre a aplicação prática desses direitos diante de possíveis intimidações e processos judiciais.

Ativistas estão formando um grupo para garantir que o direito ao aborto seja garantido na Constituição do estado, visando evitar retrocessos legislativos. A situação da população LGBTQI+ também foi um tema crítico, com líderes reconhecendo que esse grupo estaria na linha de mira do governo. 'As informações de saúde são uma preocupação constante, especialmente com os dados confidenciais', alertou Perryman, enquanto casais se abraçavam, simbolizando solidariedade e proteção mútua.

As questões migratórias foram abordadas com grande seriedade. O novo governo provavelmente tentará 'desumanizar' imigrantes, com planos de operações em locais de trabalho, escolas e residências. Desta forma, os participantes receberam orientações sobre como se proteger e o que fazer em caso de abordagem policial. A advogada presente lembrou que todos têm direito a permanecer em silêncio e a exigir a presença de um advogado.

Relatos de imigrantes como Christopher, que trabalha na conscientização dos direitos dos estrangeiros, revelam um clima de medo e incerteza. Muitos jovens estão apreensivos sobre seu futuro após o ensino médio, sentindo-se como se retrocedessem a um tempo de insultos e discriminações.

Além disso, a proposta de mobilização conjunta entre cidadãos americanos foi enfatizada. Se um membro da família for detido, a renda familiar e a estabilidade emocional da casa são ameaçadas. A orientação é para que vizinhos ofereçam ajuda e apoio, demonstrando presença e solidariedade. A coletividade é vista como uma medida essencial de resistência.

O evento culminou em um compromisso de vigilância e monitoramento das ações da polícia, com os organizadores pedindo que todos estejam atentos e denunciem abusos. No final, a mensagem de unidade e resiliência se fez clara: 'Vamos vencer, mas a luta será longa e difícil', afirmou a ativista ao encerrar a reunião, convocando todos a se prepararem para a batalha que se aproxima. 'É hora de agir e não permitir que o medo nos silencie.'