A Estação Espacial Internacional (ISS) fez uma manobra crucial em novembro para evitar um possível impacto com um pedaço de lixo espacial, que é um resquício de um satélite chinês destruído em 2007. Esse satélite, o Fengyun 1C, foi alvo de um teste de armamento anti-satélite pelo governo da China, e o resultado levou à criação de mais de 3 mil pedaços de detritos, que continuam pairando na órbita baixa da Terra.

Esta não foi a primeira vez que a ISS teve que se desviar desses perigos: desde 2012, a estância já realizou cinco manobras para evitar colisões com os detritos do Fengyun 1C. As duas últimas manobras ocorreram em um intervalo de apenas seis dias, um recorde na história da ISS, destacando a crescente ameaça representada pelo lixo espacial. Isso leva a um questionamento alarmante: a quantidade de detritos espaciais está superando a capacidade de segurança da tecnologia espacial atual?

Com o aumento exponencial no número de satélites lançados anualmente, a situação se torna cada vez mais preocupante. Estima-se que, se a atual tendência continuar, o espaço em torno da Terra poderá se tornar cada vez mais congestionado, fazendo com que manobras evasivas como essas se tornem uma rotina para a NASA e outras agências espaciais.

Além do mais, especialistas calculam que os detritos do Fengyun 1C levarão cerca de 100 anos para queimar completamente na atmosfera terrestre, o que significa que a vigilância e as manobras serão necessárias por muito tempo.

Com as tecnologias avançando, a comunidade espacial deverá buscar soluções mais eficazes, como sistemas de rastreamento melhorados e métodos de remoção de lixo espacial, para garantir a segurança das operações na órbita da Terra. A pergunta mais crítica agora é: como faremos para proteger o futuro da exploração espacial diante desse crescente desafio? A solução pode estar na colaboração internacional para o desenvolvimento de tecnologias que possam remover ou desviar detritos perigosos antes que eles se tornem um problema maior.