O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fará um anúncio na tarde desta quarta-feira (8) informando sobre mais um adiamento na implantação do Jaé, o novo sistema de bilhetagem eletrônica da cidade. O motivo principal é que não haverá tempo suficiente para cadastrar todos os usuários até 1º de fevereiro, data inicialmente prevista para o início das operações. Além disso, nesta manhã, o sistema já apresentou instabilidades, levantando ainda mais preocupações. O GLOBO confirmou o adiamento através de fontes da prefeitura.

O plano é que o Jaé se torne o único cartão aceito nos transportes municipais, englobando ônibus, BRTs, vans e VLT. Contudo, as integrações com os transportes sob a responsabilidade do governo estadual ainda dependem de uma solução. O grande desafio é que o Jaé não será aceito em linhas intermunicipais, metrô, trens e barcas, que continuarão utilizando apenas o Riocard, atualmente gerenciado por empresas de ônibus.

Uma coletiva de imprensa da prefeitura está agendada para as 15h desta quarta-feira, onde serão anunciados os próximos passos sobre a implementação do novo sistema de bilhetagem eletrônica. Esta é a quarta vez que o prazo para a implementação é prorrogado. Aqueles que já adquiriram o cartão Jaé podem utilizá-lo nas modalidades onde ele é aceito, mas o futuro da integração com os outros sistemas ainda é incerto.

Washington Reis, secretário estadual de Transportes, declarou que a integração do novo sistema com o existente não poderá ser realizada até a data estipulada: — Precisamos adiar esse prazo. Não será possível iniciar essa operação nesta data. Estamos em processo de licitação para a bilhetagem do estado, que será 100% integrada.

Dificuldades para adquirir o cartão Jaé

As dificuldades para a aquisição dos cartões via internet continuam. Para comprar o cartão pela web, é necessário pagar uma taxa de entrega domiciliar de R$ 7,95. Isabel Moulin, aposentada de 65 anos, tentou comprar o bilhete duas vezes, mas o pagamento não foi processado. Após isso, ela se cadastrou para retirar seu Jaé em uma loja física em Botafogo, mas voltou para casa sem o cartão na terça-feira.

— Isso foi no início de dezembro. Esperei as festas de fim de ano passarem e, um mês depois, a recepcionista me informou que eu teria que esperar pelo menos 20 dias úteis. Havia cerca de 20 pessoas na fila na mesma situação que eu. Fiz o cadastro e não recebi o cartão — lamentou Isabel.

Rumores no mercado indicam que a empresa responsável pela bilhetagem eletrônica pode estar em negociações para ser vendida a um grupo com experiência nesse setor, embora a empresa não tenha confirmado essas informações. Enquanto isso, a população aguarda ansiosamente uma solução para os problemas que cercam a implantação do Jaé.