Saúde

A Frutose em Excesso Pode Aumentar o Risco de Diabetes Tipo 2 e Doenças no Fígado, Alerta Novo Estudo

2025-04-04

Autor: Gabriel

Um novo estudo alarmante revela que o consumo excessivo de frutose pode elevar significativamente o risco de diabetes tipo 2 e outras doenças hepáticas, como a esteatose hepática, condição que pode evoluir para cirrose. A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Laval, no Canadá, em colaboração com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), com o apoio da FAPESP.

Os pesquisadores alimentaram camundongos durante sete semanas com uma dieta que fornecia 8,5% de sua energia de frutose, uma quantidade elevada, mas ainda dentro do que muitos humanos consomem regularmente. Surpreendentemente, em apenas três dias, os animais já apresentavam um aumento na capacidade do intestino de absorver glicose. Após quatro semanas, a glicose não estava sendo eficientemente removida do sangue, levando, ao final do estudo, ao acúmulo de gordura no fígado.

Esse estudo indica que, mesmo com os efeitos adversos, os camundongos não desenvolveram resistência à insulina nos músculos ou no tecido adiposo. Isso sugere que o descontrole glicêmico inicial é causado por alterações no intestino, e não por falhas na resposta à insulina.

Os pesquisadores identificaram que esse fenômeno é influenciado pelo hormônio GLP-2, que é produzido por células do intestino. O aumento do consumo de frutose leva a níveis elevados de GLP-2, o que resulta em um aumento da absorção de nutrientes.

Além disso, ao bloquear o receptor desse hormônio (Glp2r) com um medicamento, foi possível impedir o aumento da absorção de glicose, evitando a intolerância e o acúmulo de gordura no fígado.

"Mostramos que o aumento da absorção de glicose pelo intestino ocorre antes da intolerância à glicose, o que pode abrir caminho para novos testes diagnósticos precoces", afirma Fernando Forato Anhê, professor da Universidade Laval e líder da pesquisa.

Vale ressaltar que os pesquisadores enfatizam que os dados se referem principalmente ao consumo de frutose adicionada a alimentos ultraprocessados, que são notoriamente prejudiciais à saúde. Por outro lado, frutas frescas, ricas em fibras, podem retardar a absorção de glicose e melhorar a saciedade, além de oferecer nutrientes essenciais para a saúde intestinal e hepática.

Com a crescente popularidade dos alimentos ultraprocessados, é crucial que os consumidores fiquem atentos à sua ingesta de frutose, já que pequenos hábitos alimentares podem ter um impacto significativo em longo prazo.

Estar ciente destes fatores pode não apenas ajudar a prevenir doenças, mas também promover um estilo de vida mais saudável a longo prazo. A mensagem é clara: moderação na dieta é a chave para manter a saúde.