A Dura Realidade da Redação do Enem: Por que Criatividade Pode Não Ser o Caminho para a Nota Máxima
2024-11-01
Autor: Pedro
Mais de 4,3 milhões de candidatos estão ansiosos para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que ocorrerá no próximo domingo (3). A redação, que pode valer até mil pontos, é um dos principais componentes que pode determinar o sucesso de um estudante na busca por uma vaga no ensino superior.
No entanto, a abordagem correta pode surpreender muitos: para se destacar, o candidato deve ser menos criativo e mais específico. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que a redação deve seguir um "tipo textual específico", com um "rol limitado de características formais".
"A criatividade não é objeto de avaliação do exame, pois não faz parte do construto julgado na prova de redação", comunicou o Inep ao g1, enquanto repercutia a venda de modelos prontos de redações na internet.
Os candidatos devem produzir uma redação dissertativa-argumentativa, com um máximo de 30 linhas, sobre um tema pré-proposto. Em 2023, o tema foi sobre os "desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".
A Estrutura da Redação do Enem
Analisando este texto, algumas características obrigatórias são esperadas:
- Domínio da norma padrão da língua portuguesa.
- Compreensão do tema e aplicação de conceitos de diferentes áreas do conhecimento.
- Organização clara dos argumentos, utilizando fatos e dados.
- Proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Isso significa que o candidato deve:
- Demonstrar um conhecimento específico e referências válidas.
- Argumentar de maneira coerente a partir de um ponto de vista pessoal.
- Permanecer dentro do formato estabelecido, sem desvios.
Apesar de parecer desafiador se destacar em um formato tão restrito, David Gonçalves, professor de redação do Colégio e Curso AZ, assegura que não é impossível. "Com as estratégias certas, é viável explorar caminhos mais ou menos convencionais. Uma comparação inusitada ou uma analogia menos comum pode enriquecer a argumentação", sugere o professor.
Elementos adicionais, como figuras de linguagem e a utilização de seu repertório sociocultural, podem conferir ao texto uma identidade única, sem desvirtuar o modelo exigido pelo exame.
Em um cenário onde mais de 4 milhões de candidatos competem por um sonho, saber como se adaptar às regras do jogo pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Este é o momento de os estudantes refletirem sobre suas abordagens e se prepararem para apresentar argumentos sólidos e bem fundamentados. A criatividade, nesse caso, fica em segundo plano enquanto os candidatos navegam por um formato rigoroso e delimitado - será que essa é a estratégia que realmente funciona?