Saúde

A Dieta Planetária: A Chave para Prevenir a Perda de Memória e Salvar o Planeta, Mas Custa Caro!

2024-09-22

Estudos recentes indicam que a adoção da dieta planetária pode resultar em uma perda de memória significativamente mais lenta, quase uma década depois de seu início. No entanto, uma discrepância alarmante ficou evidente: participantes de alta renda apresentaram melhores resultados em comparação aos de baixa renda. Isso sugere que as escolhas alimentares variam bastante entre as classes sociais.

Enquanto os participantes mais abastados consumiram maior quantidade de nozes, carnes vermelhas, aves, vegetais, tubérculos e açúcar, os de renda mais baixa mostraram preferência por feijões, peixes, frutas, laticínios, óleos e gorduras animais. Essas diferenças alimentares podem refletir o acesso desigual a alimentos saudáveis e nutritivos.

A pesquisa revelou que o consumo de vegetais de folhas verdes escuras, aves e a redução da ingestão de óleos está associado a um declínio mais lento da cognição global, resultando em um atraso no aparecimento de demências. Claudia, uma das pesquisadoras do estudo, destacou que muitos participantes de baixa renda não tiveram a mesma capacidade de adesão à dieta devido à dificuldade de acesso aos alimentos necessários. Em entrevista à rádio USP, ela enfatizou a necessidade de políticas públicas que garantam que pessoas com orçamentos restritos possam acessar opções alimentares saudáveis e sustentáveis.

"Durante nossas aulas, sempre orientamos que para prevenir doenças cognitivas, as pessoas devem consumir castanhas, salmão e desfrutar de azeite de oliva, todos alimentos da dieta mediterrânea que demonstraram melhorar a cognição. Contudo, esses produtos são significativamente caros. Como podemos incentivar essa dieta em populações de menor renda? A adesão é predominantemente entre indivíduos ricos," lamentou Claudia.

Mas o que exatamente compõe a dieta planetária? Ela foi elaborada pela comissão EAT-Lancet e propõe uma nutrição que não apenas beneficie a saúde individual, mas também ajude o planeta. A dieta está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visam eliminar a pobreza e enfrentar desafios ambientais e climáticos em busca de um crescimento econômico mais justo e igualitário.

Uma dieta saudável, de acordo com a proposta, é rica em frutas, vegetais e grãos integrais, mas a dieta planetária oferece uma nova perspectiva: deve-se considerar não apenas o bem-estar humano, mas também o impacto ambiental. O consumo excessivo de carne é um dos principais responsáveis por danos ambientais, como a exploração de gado que causa desmatamento e emissão de gases de efeito estufa.

Em um artigo publicado em 2019, a comissão delineou diretrizes claras para aqueles que desejam adotar essa dieta revolucionária, que incluem: - Aumento do consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e castanhas. - Redução significativa (de pelo menos 50%) do consumo de carne vermelha, açúcar e grãos refinados, especialmente em países desenvolvidos.

Portanto, a dieta planetária não é apenas uma tendência alimentar; é uma necessidade para a saúde do nosso cérebro e do nosso planeta. A grande questão é: estaremos dispostos a adotar essa mudança e garantir que todos tenham acesso a uma alimentação saudável? O futuro da nossa saúde e do planeta depende disso!