A Crise na Engenharia Brasileira: A Queda Que Preocupa e as Medidas Urgentes Que Precisamos
2025-01-26
Autor: Pedro
A repórter Isabela Moya revelou uma preocupação crescente: em 2014, o Brasil recebeu 469 mil calouros em cursos de engenharia, enquanto que, em 2023, esse número despencou para apenas 358 mil, representando uma alarmante queda de 23%. Para contextualizar, a China, um gigante em formação, contava com 6,7 milhões de jovens em cursos de engenharia no mesmo ano.
Essa estatística é um indicativo claro de retrocesso em um setor fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Em 1950, o Brasil mostrava sinais de progresso com a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) pelo brigadeiro Casimiro Montenegro. Naquela época, a China passava por dificuldades extremas, com sua economia em frangalhos. No entanto, com a liderança de Deng Xiaoping, o país se transformou rapidinho em uma potência.
Relembrando os desafios dos anos 1980, o engenheiro Odil Garcez Filho, após perder sua posição, reinventou sua vida ao abrir uma lanchonete na Avenida Paulista, chamando-a de 'O Engenheiro que Virou Suco'. Essa história emblemática nos faz refletir sobre a atual realidade: será que estamos assistindo a nova geração de engenheiros se desinteressando pela profissão?
A redução no número de calouros de engenharia não é uma simples questão da oferta de vagas. Em 2024, Lula anunciou um campus avançado do ITA em Fortaleza, que iniciará com 25 alunos. São promissores cursos voltados para energias renováveis e sistemas de computação, enquanto um campus completo com laboratórios e alojamento está programado para ser inaugurado em 2026, oferecendo educação gratuita e suporte completo aos estudantes.
No entanto, a queda no número de calouros parece sugerir uma diminuição no interesse pela profissão. Enquanto isso, na China, o governo toma medidas diretas para promover certas carreiras, influenciando o mercado. No Brasil, esse papel cabe às dinâmicas de mercado, que nem sempre funcionam de forma ideal.
O custo mensal para cursar engenharia em uma instituição privada de qualidade pode chegar a R$ 7.000. Comparativamente, cursos de Administração e Economia têm mensalidades mais acessíveis e oferecem oportunidades salariais mais atraentes logo após a graduação. É um jogo mal jogado que indiretamente apaga o brilho da engenharia.
Diante deste cenário preocupante, especialistas e educadores clamam por estratégias que restauram o prestígio da engenharia e inspirem os jovens a buscar essa carreira fundamental. O que o futuro reserva? Será que teremos um ressurgimento da engenharia no Brasil ou continuarão surgindo figuras de 'engenheiros que viraram suco'?