Em um cenário político tumultuado, milhares de sul-coreanos tomaram as ruas de Seul neste sábado (4) para protestar a favor e contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, um dia após uma tentativa frustrada de prendê-lo durante sua controversa imposição de lei marcial.

A capital sul-coreana se tornou um verdadeiro campo de batalha ideológico, enquanto Yoon se encontra isolado em sua residência oficial, cercado por agentes de segurança leais. As manifestações foram intensas, com grupos de manifestantes exigindo sua prisão ou clamando pela anulação de sua destituição.

Kim Chul-hong, um manifestante de 60 anos, salientou a importância de Yoon: "Proteger o presidente Yoon significa salvaguardar a segurança do nosso país frente às ameaças da Coreia do Norte". Este sentimento ressoa em muitos que temem que a detenção do presidente possa enfraquecer a aliança da Coreia do Sul com os Estados Unidos e o Japão.

Enquanto isso, a Confederação Coreana de Sindicatos, a maior organização sindical do país, tentou marchar até a residência presidencial em protesto contra Yoon, mas foi interrompida pela polícia, resultando em feridos e prisões de membros da confederação.

As acusações que pesam sobre Yoon incluem "insurreição", um crime que pode levar a penas severas, incluindo prisão perpétua. Caso seja preso, ele poderá fazer história como o primeiro presidente sul-coreano detido enquanto ainda estava no cargo.

A tentativa de detenção, marcada por um confronto físico entre os investigadores e a equipe de segurança presidencial, deixou o mandado de prisão em um estado incerto, com o prazo expira na próxima segunda-feira. O Ministério das Finanças, agora sob a liderança do presidente interino Choi Sang-mok, é crucial para o desenrolar desta crise.

O início do julgamento de destituição de Yoon está agendado para 14 de janeiro, e se ele não comparecer, poderá prosseguir à revelia. Os advogados do presidente alegaram que o mandado de prisão é "ilegal e inválido", prometendo tomar medidas legais para contestá-lo.

A pressão internacional também aumenta, com os Estados Unidos, tradicional aliado da Coreia do Sul, pedindo estabilidade política no país. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está programado para se reunir com líderes sul-coreanos na próxima segunda-feira, refletindo a preocupação global sobre o futuro político da região, especialmente em meio às tensões com a Coreia do Norte.

À medida que os eventos se desenrolam, a Coreia do Sul enfrenta um momento decisivo, e a população é convocada a se posicionar em um dos lados deste tumulto político, impactando não apenas o futuro de Yoon, mas a estabilidade do país como um todo.