Você sabia que a carne vermelha processada pode estar colocando sua saúde cognitiva em risco? A carne, incluindo cortes como bife e linguiça suína, é um alimento comumente consumido no Brasil e, segundo um novo estudo da Universidade de Harvard, o seu consumo elevado pode elevar significativamente o risco de demência e declínio cognitivo.

A pesquisa, que analisou dados de mais de 130 mil pessoas ao longo de 43 anos, foi publicada na renomada revista científica Neurology. Daniel Wang, um dos autores do estudo, destacou que enquanto as diretrizes nutricionais costumam focar na redução de doenças crônicas como diabetes e problemas cardíacos, a saúde cognitiva é frequentemente negligenciada, apesar de estar intimamente relacionada a essas condições.

Os pesquisadores descobriram que uma porção típica de carne vermelha é cerca do tamanho de uma barra de sabão. Aqueles que consumiam, em média, uma quarta parte ou mais de porção de carne vermelha processada diariamente tinham um risco 13% maior de desenvolver demência, em comparação com aqueles que ingeriam quantidades mínimas.

Além disso, dos participantes com uma idade média de 49 anos, 11.173 foram diagnosticados com demência ao longo do estudo. Os pesquisadores identificaram um aceleramento do envelhecimento cognitivo em cerca de 1,6 anos por porção média de carne vermelha consumida diariamente.

O estudo também mostrou que o consumo de carne, tanto processada quanto não processada, está associado a um aumento do risco de declínio cognitivo. Aqueles que comeram uma quantidade considere de carne processada tiveram um risco 14% maior de declínio cognitivo subjetivo, e 16% para aqueles que consumiram carne não processada.

Uma das possíveis explicações para essa ligação aparece na forma de N-óxido de trimetilamina (TMAO), um subproduto da decomposição da carne que pode contribuir para a disfunção cognitiva, afetando proteínas envolvidas na doença de Alzheimer. Os pesquisadores ainda estão investigando essa possibilidade.

Outro fator preocupante é a alta concentração de gordura saturada e sal presente na carne vermelha, que pode prejudicar a saúde das células cerebrais.

A boa notícia? Trocar a carne vermelha processada por alternativas mais saudáveis como nozes, legumes ou peixes pode reduzir o risco de demência em até 20%. Assim, escolher sabiamente o que colocar no prato pode fazer uma grande diferença não só para a saúde física, mas também para a saúde mental ao longo da vida.

Portanto, se você se preocupa com seu futuro e bem-estar, repensar suas escolhas alimentares pode ser o primeiro passo para um cérebro mais saudável!